A Inframerica, concessionária do Aeroporto de Brasília, dará início às obras de expansão da zona aeroportuária no primeiro semestre de 2022.
Leia até o final para ver os comentários do Dr. Aeroporto sobre o assunto!
Essa é a segunda fase do projeto que será executado por meio de parcerias, e compreenderá a construção de um shopping, um complexo de entretenimento e um centro de logística.
Os empreendimentos começam a ser entregues no final de 2023, com a conclusão das obras prevista para o primeiro semestre de 2024. A Inframerica estima investimentos da ordem de R$ 700 milhões, com a geração de cerca de 3.500 novos empregos, diretos e indiretos.
O primeiro empreendimento do projeto, a Praça Pick Up – um centro de mobilidade moderno e confortável que dá acesso aos diversos modais de transporte presentes no Aeroporto de Brasília, como ônibus, transporte por aplicativo, carros alugados e vans de turismo -, foi inaugurado em setembro de 2020. O espaço também conta com diversas opções de alimentação e parquinho infantil para os passageiros.
“Os principais pilares deste Projeto de Expansão consistiram no desenvolvimento de um empreendimento bem desenhado a partir de muito estudo por parte da nossa equipe comercial e na busca por importantes parceiros. E a equalização das questões regulatórias e legais com contribuição fundamental do Ministério da Infraestrutura, Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) e do Governo do Distrito Federal (GDF), tanto pela Lei 13.488, essencial para a consolidação dos contratos com terceiros, quanto na emissão das licenças e nos processos de aprovações, conforme nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, respectivamente”, conta Jorge Arruda, presidente da Inframerica.
O diretor comercial da Inframerica, Ian Joels, explica que o projeto foi idealizado pela equipe da Inframerica, mas também contou com a contratação de profissionais de ponta para que fosse tirado do papel. “Depois de diversos estudos com a população brasiliense para entender as expectativas, chegamos a um resultado totalmente condizente com a realidade da região e economicamente viável”, clarifica.
Os novos pontos de entretenimento do sítio aeroportuário foram pensados para atender os diversos públicos da região Centro-Oeste e principalmente da capital federal, além de cerca de 40 mil passageiros e aproximadamente 15 mil trabalhadores diretos e indiretos que diariamente transitam pelo terminal aéreo.
Shopping do Aeroporto de Brasília
O novo shopping será construído ao lado do hotel existente na via de acesso ao terminal. A Inframerica firmou contrato com o Grupo Partage, que já possui experiência no ramo com 12 empreendimentos espalhados pelo país, para implantar, comercializar e administrar o negócio.
O projeto é inspirado no céu de Brasília, no conceito Open Mall, que convidará o visitante a passear por áreas abertas e fechadas, com varandas sombreadas e vista para a natureza original preservada no local. Com a área total construída de mais de 60 mil m² e ABL de 39.755m², o espaço vai agregar 130 lojas, 11 restaurantes, 11 redes de fast food, 7 salas de cinema, com projeto assinado pelo renomado escritório Cité e Sá & Almeida.
“É um shopping que nasce para atender uma demanda dos brasilienses, um lifestyle ancorado nos mais atualizados preceitos arquitetônicos de ambiência, eficiência e sustentabilidade. Desde a escolha das matérias primas, passando pelo projeto de iluminação e ventilação natural, até a integração com a mata nativa do cerrado, que será preservada, o projeto tem o respeito ao meio-ambiente como um de seus pilares fundamentais. Além disso, um mix diversificado e qualificado de lojas, gastronomia, entretenimento e serviços constituirá um empreendimento de enorme potencial para os lojistas e incrível experiência para os consumidores de Brasília e região” afirma Adriano Capobianco, diretor comercial e de novos negócios da Partage.
O empreendimento, que será mais que um centro de compras, contará com parques, áreas de entretenimento, shows, arvorismo, uma sala de cinema a céu aberto e uma academia integrada ao parque nativo existente.
Complexo de Entretenimento
Anexo ao shopping será erguido um complexo de entretenimento inédito para a capital federal. Serão construídos três parques temáticos em uma área de aproximadamente 30 mil m². O contrato com os investidores já está assinado e os projetos em andamento.
Centro de Logística
O transporte de cargas é um braço importante no trabalho exercido pelo Aeroporto de Brasília. Por isso, o sítio aeroportuário sediará um Centro de Logística, com a participação de importantes empresas do ramo no país.
A Log CP será responsável por construir, administrar e alugar os espaços do Centro Logístico. Com o crescimento do e-commerce e para que o Distrito Federal conte com mais agilidade nas entregas, o espaço terá 120 mil m² de terreno e 66 mil m² de área locável. Um dos maiores do Distrito Federal.
“Há uma demanda crescente no setor de galpões e condomínios logísticos no Brasil como um todo. Estamos sempre acompanhando as tendências de mercado e as necessidades de nossos clientes. Por isso, sabemos que o Distrito Federal é uma região bastante estratégica para os negócios da Log. Nossas expectativas são as melhores possíveis para este novo empreendimento, que, assim como todos os nossos demais condomínios logísticos, terá um padrão classe A”, afirma Guilherme Trotta, Diretor Comercial e Marketing da Log. Segundo o executivo, os galpões classe A possuem amplo estacionamento, vestiários, restaurante, serviço de jardinagem, manutenção, vigilância com circuito fechado de TV e portaria 24 horas.
Pandemia e Novos Projetos
Os estudos dos novos empreendimentos imobiliários da Inframerica iniciaram em 2017, muito antes da pandemia de covid-19. Foram vários anos de análises para chegar em um modelo viável, e mesmo na pandemia o projeto se manteve. A Praça Pick Up, por exemplo, foi aberta ao público em setembro de 2020 e todo o espaço já está vendido. Bares, cafés e lanchonetes tradicionais de Brasília estão operando no local.
Para complementar a Praça, as novidades imobiliárias trarão sinergia e conectarão os empreendimentos por meio de estruturas amplas e confortáveis para os usuários desfrutarem. A arquitetura planejada dos espaços terá parques com árvores nativas do cerrado e ambientes de entretenimento com atrações culturais atentas aos anseios da população brasiliense.
Além das obras que estão por vir, a Inframerica prevê expansões futuras que poderão trazer ainda mais oportunidades ao sítio aeroportuário, para os passageiros do Aeroporto de Brasília e principalmente para os brasilienses. As possibilidades são amplas e poderão ser criadas a partir de necessidades identificadas futuramente.
“Com todas essas novidades, o Aeroporto de Brasília será muito mais do que um local de passagem, de chegadas e partidas. Será um centro de convivência para passageiros, turistas e a população do Distrito Federal. Além destes projetos já em andamento, ainda idealizamos um Centro de Eventos e um Centro Cultural e mais um hotel. Estamos em busca de investidores para estes novos empreendimentos que terão sinergia total com toda a área planejada”, expõe Ian Joels.
O executivo conta que a Inframerica fez parceria com o Instituto de Pesquisa e Promoção a Arte e Cultura do Distrito Federal (IPAC-DF) para disponibilizar no Centro Cultural cerca de 12 mil obras de arte de coleções privadas, de mais de 600 artistas diferentes. “Essas coleções formam um acervo fantástico e de exposição inédita no Centro-Oeste. Agora estamos buscando alternativas de viabilizar a construção do espaço”, finaliza o diretor.
Comentários do Dr. Aeroporto
É muito interessante ver como os aeroportos do Brasil começam a seguir as tendências internacionais de gestão de aeroportos após o início das concessões. A transformação dos aeroportos em grandes centros comerciais, de logística e de exploração imobiliária não é exatamente uma novidade, tendo em vista que isso já existe há bastante tempo em aeroportos como Frankfurt, Schiphol (Amsterdã), Zurique, Changi (Singapura), dentre muitos outros.
O ponto importante é que ainda não temos muitos exemplos de airport cities no Brasil. O início desses investimentos aqui no país é bem recente, com algumas iniciativas que podem ser contadas nos dedos: o desenvolvimento do Boulevard 14/32 no Floripa Airport; a própria Praça Pick-Up do Aeroporto de Brasília; os chamados VOU Praça Fortaleza e Porto Alegre.
Ainda assim, os projetos brasileiros ainda são um tanto quanto modestos, tendo em vista as inúmeras possibilidades e potencialidades dos sítios aeroportuários. O conceito de airport city inclui o aeroporto em si (terminais, pátios e pistas) e a adição de diversas atividades e negócios, como logística de carga aérea, escritórios, áreas residenciais, comércio, lazer e hotéis. Me parece, então, que a expansão do Aeroporto de Brasília é o projeto que mais se aproxima de uma airport city.
A ideia é transformar o aeroporto de um lugar de passagem em um destino, o chamado place to be. Com isso, o aeroporto se torna mais um atrativo turístico e passa a atrair também novas categorias de clientes, como os próprios moradores da cidade, empresas relacionadas à aviação ou de outros segmentos, organizadores de eventos, dentre outros.
Tudo isso faz parte também do investimento no branding do aeroporto. Ou seja, nas estratégias utilizadas para se desenvolver uma imagem positiva acerca do aeroporto, proporcionando experiências autênticas e memoráveis. Mais do que isso, defendo o investimento no que chamei no meu doutorado de branding turístico de aeroportos, a partir da inclusão de elementos locais e/ou regionais aos aeroportos, o que gera ainda mais autenticidade e competitividade.
Para finalizar, fico muito feliz em ver o movimento do Aeroporto de Brasília e mal posso esperar para ver tudo isso pronto. Espero que mais aeroportos façam investimentos como esse por aqui e que possamos utilizá-los cada vez mais, não somente como passageiros.